A parceria entre o Airbnb e o Parque Arqueológico do Coliseu para promover uma experiência imersiva de “gladiador” no famoso monumento gerou controvérsias em Roma. Durante duas noites em maio, até 32 pessoas poderão aprender a arte da luta de gladiadores, em um evento que visa combinar diversão com educação histórica. O Airbnb, que doou US$ 1,5 milhão para a revitalização de uma exposição permanente, afirmou que o projeto busca inspirar os visitantes e promover a preservação do Coliseu. No entanto, a proposta foi criticada por muitos romanos, que consideram a iniciativa uma forma de transformar o local em um parque temático, desrespeitando sua importância histórica e cultural.
A reação negativa foi liderada por líderes culturais e políticos, como Massimiliano Smeriglio, que alertou para a desvalorização do Coliseu, e Viviana Piccirilli Di Capua, que destacou os impactos negativos do turismo de massa na cidade. Para os críticos, o projeto reflete a crescente influência do Airbnb e outras plataformas de aluguel temporário, que, segundo eles, contribuem para a gentrificação e a perda de identidade local. Além disso, há preocupações sobre a forma como o turismo em locais históricos está sendo explorado, especialmente em um momento de grande pressão para equilibrar o crescimento do setor com as necessidades dos moradores.
Por outro lado, defensores da experiência argumentam que a reencenação histórica, incluindo a promoção de atividades como a luta de gladiadores, pode ser uma maneira de educar o público e preservar o patrimônio cultural de maneira envolvente. O projeto também tem o apoio de associações especializadas em encenações históricas, como o Gruppo Storico Romano e a Ars Dimicandi, que alegam que a experiência será baseada em rigorosos estudos históricos e não se concentrará apenas no entretenimento. O debate sobre o uso do Coliseu como um palco para tais eventos reflete uma tensão mais ampla entre a valorização do patrimônio cultural e as demandas do turismo moderno.