Cientistas investigaram um fenômeno surpreendente em águas-vivas pente, ou ctenóforos, que demonstraram a capacidade de fundir seus corpos, sistemas nervosos e digestivos, criando uma entidade única. Estudos realizados em laboratório mostraram que, ao serem colocadas em proximidade, as águas-vivas inicialmente mantinham movimentos musculares independentes, mas, em questão de horas, sincronizavam suas ações. Além disso, a fusão incluía a combinação de seus sistemas digestivos, permitindo que partículas alimentares e resíduos atravessassem o organismo combinado.
A pesquisa revelou que os ctenóforos podem carecer de alorreconhecimento — um mecanismo protetor que distingue células próprias de estranhas, presente em muitos organismos, como humanos. Essa ausência permite que os animais se fundam e potencialmente adaptem-se mais rapidamente a ambientes desafiadores. Tal descoberta desafia conceitos estabelecidos sobre identidade e fronteiras entre indivíduos, levantando questões sobre a evolução de sistemas nervosos simples e mecanismos de sobrevivência.
Os cientistas acreditam que o estudo abre portas para explorar a fusão de sistemas neurais e a integração de processos sensoriais em organismos multicelulares. Além de aprofundar o entendimento sobre os ctenóforos, considerados alguns dos animais mais antigos da Terra, as descobertas podem oferecer pistas sobre a evolução de mecanismos de defesa e adaptação no reino animal.