A AgroGalaxy protocolou seu plano de recuperação judicial (RJ) na 19ª Vara Cível de Goiânia, com o objetivo de reestruturar suas operações e garantir a continuidade do negócio. O plano propõe condições diferenciadas para credores, separando aqueles que manterão relações comerciais com a empresa dos que não terão continuidade nas parcerias. Para os fornecedores, trabalhadores e produtores rurais que permanecerem como parceiros, a empresa se compromete a pagar integralmente suas dívidas, com prazos que variam de 10 a 11 anos, dependendo da categoria. A proposta também prevê a implementação de pagamentos imediatos para os produtores rurais após a homologação do plano.
A empresa, que enfrenta uma grave crise financeira após anos de expansão agressiva, deve honrar compromissos trabalhistas e com pequenos fornecedores com prazos de pagamento mais curtos. O plano de recuperação está sendo visto como uma tentativa de restabelecer a saúde financeira da AgroGalaxy, que possui uma dívida de R$ 4,6 bilhões, e de reverter os danos causados por uma queda nas receitas e pela fusão de grandes distribuidores regionais. A companhia, com 30 mil clientes no setor agropecuário, está implementando um processo de reestruturação que inclui o fechamento de metade de suas lojas e a redução drástica de seu quadro de funcionários.
A situação da AgroGalaxy reflete as dificuldades enfrentadas por muitas empresas no setor de distribuição de insumos agrícolas, agravadas pela alta de juros, quedas nas commodities e margens apertadas em mercados como o de fertilizantes. Em dois meses desde o pedido de recuperação, a empresa já implementou mudanças significativas e busca tornar sua operação mais rentável, focando em produtos como defensivos e sementes. O valor de mercado da companhia caiu drasticamente, com ações que chegaram a valer R$ 4,14 e hoje estão cotadas a apenas R$ 0,77. O próximo passo no processo é a análise do plano pelos credores, que poderão contestar as condições propostas.