Nos últimos quatro anos, o agreste pernambucano viu uma transformação no setor vitivinícola. Inicialmente com apenas uma vinícola, a região agora conta com seis empreendimentos especializados na produção de vinhos. A pesquisa de instituições como a Embrapa e a Universidade Federal de Garanhuns contribuiu para o sucesso da viticultura local, indicando a adaptação de variedades europeias de uva, como Sauvignon Blanc e Cabernet Sauvignon, à região. Esse desenvolvimento tem impulsionado a economia local, com destaque para a produção de vinhos de alta qualidade, que já chegam a 20 mil garrafas por ano em algumas vinícolas.
A altitude de aproximadamente 800 metros e os microclimas diferenciados da região são fundamentais para a viticultura. Essas condições permitem uma maturação mais lenta das uvas, o que resulta em vinhos com características únicas. Especialistas afirmam que essa adaptação melhora a qualidade das uvas e agrega valor ao produto final. Além disso, o turismo na região, que até então era centrado em suas belezas naturais, agora também atrai visitantes interessados na produção de vinhos, criando uma fusão entre o turismo rural e o enoturismo.
Em cidades como Bonito (PE), as vinícolas estão se integrando à paisagem, proporcionando aos turistas uma experiência que mistura a contemplação da natureza com a degustação de vinhos. Esse novo atrativo turístico tem conquistado tanto visitantes de dentro quanto de fora do estado, que se impressionam com a qualidade dos vinhos e com a estrutura das vinícolas, que têm investido em experiências para o público. A crescente popularidade das vinícolas no agreste pernambucano promete consolidar a região como um novo polo do enoturismo no Brasil.