Com a crescente ocorrência de eventos climáticos extremos no Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está avaliando várias alternativas para melhorar a resiliência da rede elétrica e minimizar os impactos causados por chuvas fortes e ventos de até 100 km/h. Entre as propostas estão a substituição de cabos, o enterramento de redes e a poda de árvores em áreas urbanas, com foco na gestão da vegetação em conjunto com os municípios. A Aneel está discutindo também a adoção de cabos multiplexados, mais resistentes, e a criação de incentivos regulatórios para estimular o uso de tecnologias mais robustas pelas distribuidoras de energia.
A poda de árvores é uma das principais medidas preventivas no processo de reforço da infraestrutura elétrica, e a Aneel está trabalhando para definir a responsabilidade das distribuidoras no manejo da vegetação. A proposta é criar um plano de manejo que inclua um sistema de inspeção visual e coordenação com as prefeituras, buscando garantir a comunicação transparente e o controle social sobre as ações de poda e manejo das árvores. Além disso, a possibilidade de substituir redes aéreas por sistemas subterrâneos está sendo analisada, embora o alto custo de implantação e os desafios técnicos sejam obstáculos para a implementação em larga escala.
A resiliência da rede elétrica também exige o aprimoramento dos planos de contingência, que devem incluir monitoramento climático contínuo, treinamentos de pessoal e maior integração entre as distribuidoras e órgãos municipais e estaduais, como defesa civil e bombeiros. Especialistas destacam que, apesar dos esforços para reforçar as redes elétricas, os sistemas ainda são vulneráveis a ventos superiores aos 80 km/h para os quais foram projetados. A adaptação das infraestruturas será gradual e envolverá uma análise detalhada dos custos e benefícios de cada medida proposta.