O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, de forma unânime, manter o afastamento do juiz federal Sandro Nunes Vieira, após ele ser citado em investigações da Polícia Federal. O afastamento, que foi determinado pelo corregedor nacional de Justiça no final de novembro, ocorre no contexto de uma apuração sobre uma suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder. A decisão foi tomada em uma sessão reservada, dado que o processo tramita em sigilo.
O juiz está sendo investigado por sua possível participação na elaboração de um documento com acusações infundadas contra as urnas eletrônicas. Segundo a PF, ele teria assessorado o Partido Liberal na criação do material que foi usado para questionar os resultados das eleições de 2022. O documento foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo presidente do partido, em uma tentativa de contestar a derrota do ex-presidente.
A investigação também revelou trocas de mensagens entre autoridades que pediam para que o nome do juiz fosse evitado, embora tenha sido mencionado publicamente em uma entrevista por um dos envolvidos. O juiz afirmou, em resposta, que nunca teve contato pessoal com o presidente do partido e que, como magistrado, não se envolve em discussões políticas.