O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), recentemente anunciado, foi descrito como significativamente diferente do que foi discutido em 2019, durante o governo anterior. Embora as negociações entre os blocos já estivessem em andamento, o governo atual revisou termos para garantir mais benefícios ao Brasil. Entre os pontos destacados estão a proteção de compras governamentais, o setor automotivo e a exportação de minerais críticos, com o objetivo de fortalecer políticas públicas em áreas essenciais, como saúde e agricultura familiar. O presidente afirmou que o novo acordo equilibra as necessidades econômicas do Brasil com o compromisso ambiental, especialmente no contexto dos Acordos de Paris.
O novo pacto, que precisa ser ratificado internamente pelos países-membros, promete ampliar o comércio bilateral e atrair investimentos, criando uma das maiores zonas de livre comércio do mundo, com mais de 700 milhões de pessoas. O texto também considera as mudanças geopolíticas e econômicas globais, além das lições tiradas da pandemia e da crise climática. Para o governo, a nova versão do acordo moderniza as estruturas produtivas e fortalece a inserção do Mercosul na economia global, ao mesmo tempo que preserva a capacidade de implementar políticas públicas para o desenvolvimento sustentável.
Com foco no comércio de produtos sustentáveis e na descarbonização da economia, o acordo também prevê uma cooperação inédita da União Europeia para apoiar sua implementação. Além disso, mecanismos foram estabelecidos para garantir que possíveis medidas internas da UE não prejudiquem os benefícios alcançados pelo acordo. Para o governo brasileiro, a negociação representa uma oportunidade estratégica para garantir crescimento econômico, preservar interesses nacionais e avançar rumo a uma integração mais competitiva e sustentável.