O recente término das negociações entre o Mercosul e a União Europeia não gerou consenso entre as principais economias europeias. Enquanto países como Alemanha e Espanha celebraram o avanço do acordo, destacando seu potencial para fomentar o crescimento e a competitividade em um mercado de mais de 700 milhões de pessoas, a França se posicionou contrariamente, anunciando oposição devido à pressão de seus agricultores. A Polônia também se mostrou contra o acordo, citando preocupações semelhantes, enquanto a Itália ainda avalia sua posição, com receios em relação ao impacto sobre seus produtores.
Apesar da resistência, o acordo foi amplamente comemorado por diversos líderes europeus, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que o considerou uma “vitória para a Europa”, destacando os benefícios econômicos e políticos para as democracias da região. Segundo ela, cerca de 60 mil empresas europeias exportam para o Mercosul, com grande parte dessas empresas sendo pequenas e médias. O comércio livre com os países da América do Sul, segundo os defensores, pode gerar grandes oportunidades para o crescimento econômico.
No entanto, o acordo ainda precisa passar por uma série de etapas antes de entrar em vigor, como ratificação pelos países do Mercosul e aprovação pelo Parlamento e Conselho da União Europeia. A oposição de ao menos quatro países da UE, representando 35% ou mais da população, pode barrar sua implementação. A negociação também traz expectativas de aumento significativo no comércio entre a União Europeia e os países do Mercosul, especialmente em setores como o de metais e matérias-primas.