O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) assegura a proteção de mais de 570 produtos típicos, com destaque para queijos, produtos de charcutaria e bebidas, como o champanhe e o presunto de Parma. Esses produtos serão protegidos por indicações geográficas, que reconhecem e salvaguardam a origem e a reputação associada a esses itens. A proteção impede que produtores de outras regiões utilizem nomes semelhantes ou traduzidos para oferecer produtos semelhantes, garantindo a exclusividade para os itens de origem específica.
Além disso, o acordo estabelece um capítulo específico para as indicações geográficas, uma prática que preserva a autenticidade e a tradição de produtos com origens definidas. A lista de produtos a ser protegida foi expandida em relação ao acordo preliminar de 2019, que já incluía mais de 350 itens da UE e 220 do Mercosul. No entanto, a versão final da lista de produtos protegidos, após as últimas negociações, ainda não foi divulgada publicamente.
Uma das questões mais discutidas nas negociações envolve a proteção do nome de bebidas tradicionais, como o Steinhaeger, de Porto União (SC), que é inspirado em uma receita alemã. Os representantes europeus defendem que apenas a versão fabricada na região da Vestfália, na Alemanha, deve ser autorizada a usar o nome “Steinhaeger”, o que gera incerteza sobre a continuidade de festivais e marcas locais. A decisão final sobre esses casos dependerá dos termos definitivos do acordo entre os dois blocos.