O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), finalmente concluído após 25 anos de negociações, representa um marco importante na história econômica dos dois blocos. Em entrevista recente, Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), afirmou que, embora o processo tenha sido longo e marcado por uma certa fadiga negociadora, o momento agora é de explorar novas oportunidades e buscar avanços em outras frentes comerciais. A expectativa é de que o tratado, que ainda precisa passar por traduções e revisão legal, possa ser ratificado rapidamente pelo Congresso Nacional brasileiro e pelos parlamentos dos países da UE.
A relevância econômica do acordo é destacada pela secretária, que acredita que a urgência e a importância política do tratado devem acelerar sua aprovação no Brasil. Prazeres também mencionou que outros acordos importantes estão próximos de serem finalizados, como o com o EFTA, que inclui países como a Suíça e Noruega, e com os Emirados Árabes Unidos, o que reforça a estratégia de diversificação de parceiros comerciais. Contudo, a implementação do Mercosul-UE dependerá ainda da ratificação pelos legislativos e do processo de internalização nos países membros.
A secretária também ressaltou que, durante o processo de implementação do acordo, podem ocorrer revisões nos termos do tratado. Esse tipo de revisão está previsto desde o início das negociações e permitirá que os blocos discutam ajustes nos termos acordados, incluindo a consulta a diferentes setores da sociedade, como o privado, as ONGs e os sindicatos. Prazeres acredita que mudanças são naturais e que sempre haverá espaço para renegociar aspectos do acordo, dependendo das circunstâncias e necessidades de cada bloco.