O acordo de defesa assinado entre a Coreia do Norte e a Rússia em junho deste ano entrou oficialmente em vigor, com a troca dos documentos ratificados em Moscou, conforme anunciou a agência oficial norte-coreana KCNA. Durante uma visita a Pyongyang, os líderes Kim Jong Un e Vladimir Putin formalizaram o tratado, que visa estreitar a cooperação militar e econômica entre os dois países. A oficialização do pacto ocorre em um contexto de crescente tensão internacional, com os Estados Unidos e a Coreia do Sul acusando a Coreia do Norte de enviar soldados para apoiar a Rússia no conflito com a Ucrânia.
O tratado prevê uma assistência mútua em caso de ataques a qualquer uma das partes, além de um compromisso conjunto de oposição às sanções impostas por países ocidentais. Especialistas apontam que a Coreia do Norte busca, em troca, tecnologia militar avançada e experiência de combate para fortalecer suas próprias forças armadas. O acordo também reflete a vontade de ambos os países de promover um sistema internacional multipolar, sem dominação por potências ocidentais, conforme declarado pela KCNA.
A aproximação entre os dois países se intensificou desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 2022, e o acordo reflete esse estreitamento. A Coreia do Norte, já sujeita a sanções por seu programa nuclear, pode usar sua colaboração com a Rússia para fortalecer sua posição no cenário internacional, ao mesmo tempo em que desafia a hegemonia das potências ocidentais. A Rússia, por sua vez, ganha apoio em um momento crítico, enquanto ambos os países reforçam seus laços em um contexto de isolamento global crescente.