O acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, fechado no início de dezembro de 2023, ainda precisa ser ratificado pelos legislativos de ambos os blocos até 2025. A União Europeia terá que passar pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia, enquanto os países do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – também precisarão ratificar o acordo em seus respectivos parlamentos. A Bolívia, por enquanto, não participará dessa fase do acordo.
Este pacto promete benefícios significativos para o comércio bilateral, principalmente nas exportações do Mercosul, como os produtos agropecuários brasileiros, que poderão entrar na União Europeia com condições mais favoráveis. Além disso, há perspectivas de ganhos com a importação de produtos europeus, que poderão contribuir para o fortalecimento da indústria nacional. O acordo inclui cotas de exportação com redução tarifária, tanto para o Mercosul quanto para a União Europeia, o que visa equilibrar os interesses de produtores locais e proteger mercados sensíveis, como o agrícola.
Um dos pontos centrais da negociação foi o desafio de conciliar os interesses de produtores europeus, especialmente na agricultura, com os ganhos potenciais do Mercosul. A resistência de sindicatos de países como França e Alemanha, preocupados com a competição de produtos mais baratos, foi um dos principais obstáculos. No entanto, o acordo segue como um avanço importante, especialmente diante da crescente influência da China no comércio global. Com um mercado de 718 milhões de pessoas e um PIB combinado de US$ 22 trilhões, a aliança entre a União Europeia e o Mercosul pode remodelar as relações comerciais internacionais.