O acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, assinado em 6 de dezembro, marca um importante passo para o comércio internacional e para a diplomacia brasileira. Após 25 anos de negociações, o pacto foi concluído com o apoio da liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da diplomacia do Brasil, sendo considerado um avanço significativo para o livre comércio e o multilateralismo. No entanto, o analista Américo Martins destaca que, embora o acordo seja um marco, a sua implementação ainda encontrará desafios ao longo do processo.
Entre os obstáculos, está a oposição da França, que, apesar de ser uma das nações fundadoras da UE, resiste ao pacto devido ao impacto sobre seus agricultores e à preocupação com a ascensão de grupos políticos extremistas internos. A ministra do Comércio da França já manifestou sua discordância, indicando que o país se oporá à adesão ao acordo. A resistência francesa, no entanto, não é suficiente para barrar o acordo sozinha, uma vez que a França precisaria do apoio de outros países representando 35% da população da UE para impedir a aprovação.
O processo de implementação do acordo exige aprovação do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu, o que pode levar de meses a um ano para ser concluído. Apesar da resistência francesa, Martins acredita que o acordo tem boas chances de ser ratificado, trazendo benefícios comerciais para ambos os blocos. Com isso, o acordo reflete um esforço crescente pela ampliação das relações econômicas entre a UE e o Mercosul, com impacto positivo para o comércio global.