O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, classificou como histórico o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado em 6 de dezembro. Após mais de 20 anos de negociações e 33 anos de existência do Mercosul, o acordo foi celebrado como o maior entre blocos econômicos em todo o mundo, reunindo mais de 700 milhões de pessoas. Alckmin destacou que o acordo, em um momento de polarização global, reflete uma política de diálogo e cooperação, embora tenha ressaltado que a implementação será gradual, com tradução para diversos idiomas e aprovação pela Comissão Europeia, Parlamento Europeu e países do Mercosul.
O acordo visa criar uma das maiores áreas de livre comércio bilateral, com um impacto potencial significativo para as economias dos países envolvidos. Para o Brasil, Alckmin destacou a oportunidade de crescimento no PIB, aumento das exportações, geração de empregos e redução da inflação. Apesar de o acordo não ter efeito imediato, ele prevê etapas como a votação no Conselho e Parlamento Europeu, e a ratificação nos países do Mercosul, que inclui o Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
Estudos projetam que as exportações brasileiras para a União Europeia podem crescer até 6,7%, com incrementos ainda mais significativos nos setores de serviços e indústria de transformação. Alckmin também se mostrou otimista sobre a superação de resistências de países como a França, ressaltando que o acordo oferece vantagens para todos os lados. Em um cenário global de crescente fragmentação, ele enfatizou a importância de uma parceria sólida entre dois grandes blocos econômicos, beneficiando não apenas os países envolvidos, mas também a geopolítica mundial.