O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia está em seus estágios finais, com negociações que se arrastaram por 25 anos. A visita de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, a Montevidéu, indicou que a conclusão do pacto está próxima. O acordo prevê a redução de tarifas sobre produtos e serviços entre os blocos, além de garantir acesso igualitário a licitações em todos os países envolvidos. A criação de um mercado de 700 milhões de pessoas promete fortalecer a parceria comercial entre as duas regiões, tornando-a uma das maiores do mundo.
Apesar do apoio da maioria dos países europeus ao acordo, a França e outras nações, como Polônia, Irlanda e Áustria, demonstraram resistência. Agricultores europeus, especialmente franceses, temem a concorrência com os produtos mais baratos do Brasil e Argentina. No entanto, o governo uruguaio anunciou que o acordo recebeu apoio de todos os membros do Mercosul, com destaque para a posição do governo argentino, que inicialmente ameaçou bloquear o pacto, mas acabou cedendo e apoiando a proposta final.
Para que o acordo seja formalizado, ele precisa ser aprovado por 15 dos 27 países da União Europeia, representando pelo menos 65% da população do bloco, além de passar pelo Parlamento Europeu. A cúpula que ocorre nos próximos dias pode ser o marco final para a assinatura, com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva participando ativamente das discussões. O acordo promete não apenas facilitar o comércio, mas também fortalecer as relações políticas e econômicas entre os dois blocos.