O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado em 6 de dezembro, é visto como um marco histórico nas relações econômicas entre os dois blocos. Entre os principais benefícios para o setor agropecuário brasileiro, destacam-se a redução de tarifas para frutas, a eliminação da tarifa de 9% sobre o café solúvel, a criação de uma cota adicional para carne com tarifa reduzida de 7,5% e a abertura de uma cota significativa para o setor de aves com tarifa zero. Esses avanços representam uma importante melhoria no acesso do Brasil aos mercados da União Europeia, embora haja espaço para melhorias adicionais.
Apesar dos avanços, o setor agropecuário brasileiro também enfrenta desafios. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) expressou preocupações com medidas unilaterais da União Europeia, como o Green Deal e legislações sobre o desmatamento, que podem afetar o acesso real ao mercado europeu. Nesse contexto, a CNA conseguiu incluir no acordo um mecanismo de reequilíbrio de concessões, que pode ser ativado caso essas medidas impactem negativamente as exportações brasileiras.
O acordo também reflete a confiança na alta qualidade da produção agropecuária brasileira, que já é competitiva em diversos mercados globais, mesmo sem as preferências tarifárias. Com a assinatura do acordo, espera-se que o Brasil amplie sua presença no mercado europeu, consolidando-se como um dos principais fornecedores mundiais de alimentos, ao aproveitar as novas oportunidades de acesso e superar os desafios impostos por questões ambientais e regulatórias.