O Brasil pode mais do que dobrar suas exportações de carne bovina para a União Europeia com a formalização do acordo de livre comércio entre o Mercosul e o bloco europeu. De acordo com a consultoria Agrifatto, a participação do Brasil nas exportações para a Europa pode passar de 5% para até 13% do total, com o aumento da cota de carne bovina a ser exportada. O acordo permitirá ao Mercosul enviar até 99 mil toneladas anuais de carne para a União Europeia, com alíquota de 7,5%, distribuídas entre carne resfriada e congelada.
A expectativa é que o Brasil, que já responde por 86% da demanda europeia de carne bovina, lidere essa nova fase do acordo. A Cota Hilton, que atualmente restringe a exportação de 10 mil toneladas com alíquota de 20%, será isenta de tarifas assim que o acordo entrar em vigor. No entanto, o aumento nas exportações será gradual, com o volume sendo alcançado em seis etapas progressivas. A medida oferece benefícios comerciais, mas também impõe desafios, especialmente em relação às exigências ambientais e de sustentabilidade.
A CEO da Agrifatto, Lygia Pimentel, destacou que, embora o acordo apresente algumas restrições, como as relacionadas ao desmatamento, o impacto geral será positivo para o setor pecuário brasileiro, pois diversifica o mercado, diminuindo a dependência da China. No entanto, Pimentel acredita que o efeito transformador será limitado devido ao tamanho da cota e o aumento gradual das exportações. Até outubro de 2024, o Brasil já havia exportado 66.439 toneladas de carne bovina para a União Europeia, segundo dados do Agrostat.