O conceito de “inteligência artificial degenerativa” se refere aos efeitos negativos do uso excessivo de tecnologias que, embora convenientes, reduzem nossa capacidade de pensar, lembrar e raciocinar de forma independente. Ao depender de ferramentas como o Google Maps ou a calculadora, as pessoas estão deixando de praticar habilidades cognitivas fundamentais, como se orientar ou fazer cálculos simples. Esse fenômeno é evidente em estudos que mostram como a memória e as habilidades básicas de matemática estão sendo progressivamente terceirizadas para dispositivos. A IA, em sua versão mais sofisticada, pode agravar essa situação ao oferecer soluções rápidas e respostas prontas, fazendo com que as pessoas questionem cada vez menos as informações que recebem.
Embora a tecnologia tenha o potencial de enriquecer nossa vida cotidiana, a dependência dela pode prejudicar habilidades essenciais como o pensamento crítico e a reflexão. Na educação, isso pode levar a uma aprendizagem superficial e a um aumento de práticas desonestas, como o plágio, além de aprofundar desigualdades sociais por meio de vieses presentes nos algoritmos. A IA não substitui a necessidade de aprender, mas sua utilização excessiva pode fazer com que os alunos dependam de respostas prontas, sem desenvolver a capacidade de compreender e aplicar o conhecimento de forma autônoma. Esse impacto na educação é preocupante, especialmente considerando que muitos estudantes já estão usando ferramentas de IA sem discernimento crítico.
Para mitigar os riscos da IA degenerativa, é necessário adotar uma abordagem equilibrada em sua implementação, tanto em ambientes educacionais quanto na vida cotidiana. A educação crítica sobre o uso da tecnologia, o incentivo ao pensamento ativo e a promoção de atividades presenciais são algumas das estratégias que podem ajudar. A tecnologia deve ser vista como uma extensão do pensamento humano e não como um substituto. Ao promover o uso consciente e moderado da IA, podemos garantir que ela complemente, e não substitua, as habilidades cognitivas essenciais para o aprendizado e o pensamento crítico.