O regime de Bashar al-Assad, na Síria, manteve estreitas relações com ex-oficiais do regime nazista e com os serviços de segurança da Alemanha Oriental durante a Guerra Fria, o que contribuiu para a formação de um aparato de repressão política altamente eficaz e brutal. Documentos e investigações revelam que esses contatos, que começaram na década de 1950, trouxeram ao Estado sírio o know-how de repressão e métodos de tortura, incluindo técnicas de interrogatório utilizadas pelos nazistas e pela Stasi, o serviço secreto da Alemanha Oriental. A colaboração com nazistas foragidos, como o capitão da SS, foi particularmente significativa na construção de um sistema de tortura e extermínio em prisões como a de Sednayah, onde milhares de pessoas foram mortas ou torturadas entre 2011 e 2015.
A prisão de Sednayah, conhecida por suas condições desumanas, foi um dos símbolos dessa violência, com imagens de prisioneiros esqueléticos e cadáveres sendo libertados pelos rebeldes. A Anistia Internacional documentou que entre 2011 e 2015, até 15 mil prisioneiros podem ter sido executados sumariamente nesse local. A conexão com métodos usados por regimes totalitários, como o nazismo e o comunismo, foi apontada por estudiosos, que observam que o regime sírio utilizou práticas de extermínio em massa e tortura sistemática, muitas das quais foram diretamente influenciadas por sua parceria com ex-oficiais militares e serviços secretos.
Apesar das dificuldades para provar uma relação direta, especialistas indicam que o regime sírio adotou características e táticas repressivas comuns a outros regimes autoritários. A colaboração com a Stasi, iniciada em 1966, também teve impacto significativo na estruturação do aparato de segurança do regime. O sistema sírio de repressão, ao combinar elementos da repressão nazista e soviética, criou um complexo de inteligência e tortura que se tornou uma das maiores ameaças aos direitos humanos na Síria. O regime, portanto, não só perpetuou a repressão interna, mas também se alinhou a práticas violentas e desumanas para sustentar seu controle sobre a população.