A Espanha e a Grécia, que enfrentaram décadas de crise e dificuldades econômicas, estão agora entre as economias de crescimento mais rápido da zona do euro. A Espanha, com um crescimento projetado de 2,9% em 2024, lidera as economias avançadas, enquanto a Grécia também apresenta uma recuperação significativa, com um crescimento estimado de 2,3%. A retomada econômica desses países, impulsionada principalmente pelo turismo, investimentos estrangeiros e reformas estruturais, contrasta com os desafios enfrentados por potências como Alemanha e França, cujas economias estão em desaceleração. A pandemia de COVID-19 também teve um impacto significativo, mas a recuperação subsequente, especialmente no setor de turismo, tem sido um motor de crescimento.
Embora a recuperação tenha sido notável, a sustentabilidade desse crescimento ainda é incerta. O turismo continua sendo um pilar fundamental da economia, com recordes de visitantes na Espanha e na Grécia, mas isso também gerou problemas de “turismo excessivo” e pressão sobre os serviços públicos e o mercado imobiliário. Além disso, a imigração e os aumentos nos gastos públicos têm contribuído para a recuperação, mas há preocupações sobre a distribuição dos benefícios econômicos. A inflação elevada tem afetado o poder de compra da população, e a desigualdade entre os que mais se beneficiaram da recuperação, como os imigrantes, e os que ainda enfrentam dificuldades, como alguns trabalhadores e empresários, permanece evidente.
A longo prazo, ambos os países enfrentam desafios estruturais significativos. A economia grega depende fortemente do turismo e das exportações de produtos limitados, enquanto a Espanha enfrenta a necessidade de diversificação e uma maior dependência de setores privados e consumo. Além disso, a taxa de desemprego, embora tenha diminuído, ainda é alta em relação à média da União Europeia, o que aponta para a necessidade de políticas mais eficazes para integrar mais pessoas no mercado de trabalho. A sustentabilidade do crescimento dependerá de como esses países enfrentarão os desafios econômicos, sociais e produtivos nas próximas décadas.