A arqueologia tem revelado cada vez mais sobre a vida das crianças na pré-história, desafiando a ideia de que eram figuras marginalizadas em suas comunidades. Ao contrário, elas desempenhavam papéis ativos no cotidiano, desde a brincadeira até o aprendizado e a socialização. A pesquisa mostra que, assim como hoje, a infância era um período fundamental para o desenvolvimento físico, emocional e social, com destaque para as relações familiares e a interação com o grupo.
Evidências arqueológicas indicam que as crianças pré-históricas estavam envolvidas em diversas atividades, desde brincadeiras até a aprendizagem por meio de objetos e esculturas que refletiam a fauna e cultura ao redor. Pegadas de crianças datadas de 16,5 mil anos atrás, por exemplo, revelam brincadeiras na lama, enquanto outros objetos, como esculturas de animais e dispositivos criados para simular movimento, sugerem um ambiente educativo e interativo. As crianças participavam ativamente das dinâmicas do grupo, aprendendo observando os adultos.
Os rituais funerários também são um importante reflexo do respeito dedicado às crianças nas sociedades antigas. Sepultamentos infantis eram marcados por rituais semelhantes aos de adultos, com vestimentas e oferendas pessoais, o que revela a posição significativa que ocupavam dentro da estrutura social. As descobertas arqueológicas, que incluem desde representações artísticas até sepultamentos com itens valiosos, ajudam a compreender a importância das crianças na pré-história, mostrando que, mesmo em tempos remotos, a infância era vista como uma fase essencial da vida humana.