A milícia jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), liderada por Mohammed al-Golani, tem intensificado suas hostilidades contra o regime de Bashar al-Assad na Síria, com uma ofensiva que começou em novembro e resultou na captura de várias cidades-chave. O HTS, originado em 2017 a partir da fusão com a Frente al-Nusra, busca dominar a província de Idlib e consolidar uma presença forte no conflito sírio. Ao longo dos anos, o grupo tem se posicionado como um dos maiores adversários do regime de Assad, com raízes profundas na oposição armada, especialmente com sua ligação inicial à Al-Qaeda.
Apesar da designação internacional como uma organização terrorista, o HTS tem tentado se reposicionar, rompendo seus laços com a Al-Qaeda em 2016 e adotando uma postura mais pragmática, focada na administração de áreas sob seu controle. A tentativa de Golani de se distanciar de uma agenda jihadista global tem gerado divisões internas e críticas dentro do movimento, com grupos dissidentes formando novas facções leais à Al-Qaeda. A região de Idlib, dominada pelo HTS, tem sido palco de tensões, onde o grupo estabelece um governo civil enquanto enfrenta acusações de abusos contra direitos humanos e repressão a opositores.
Ao longo do tempo, Golani tem buscado construir uma imagem de líder moderado, adotando uma postura mais conciliatória com algumas comunidades, como demonstrado pela permissão para a realização de missas cristãs em Idlib. No entanto, a comunidade internacional permanece cética quanto à real mudança de suas intenções, mantendo o grupo sob vigilância. Apesar de sua imagem mais pública, Golani continua sendo um símbolo do conflito sírio, com seu grupo sendo um dos principais focos da guerra civil, que já dura mais de 13 anos e continua a redefinir as alianças e dinâmicas de poder na região.