A crise econômica na Argentina tem impactado profundamente a vida de estudantes brasileiros que, até pouco tempo, buscavam o país como destino para cursar medicina e outras graduações. O aumento constante das mensalidades, a alta nos custos de vida e a cobrança de aluguéis em dólares tornaram a experiência de estudar na Argentina cada vez mais insustentável. Muitos brasileiros que chegaram ao país acreditando em uma vantagem financeira acabaram enfrentando um cenário de reajustes mensais inesperados e custos exorbitantes, que levaram a uma migração em massa de volta ao Brasil ou para outros destinos, como o Paraguai.
A instabilidade econômica no país, exacerbada pelas políticas do governo argentino, trouxe também um aumento na xenofobia e dificuldades logísticas, como o atraso na obtenção de documentos acadêmicos para transferência de universidades. Para os estudantes que ainda permanecem na Argentina, o cenário continua desafiador, com muitos pagando o triplo do que gastavam em 2023 para se manter no país. A pressão por manter o curso diante das dificuldades financeiras, a falta de apoio institucional e o distanciamento da família têm gerado um crescente sentimento de desilusão, levando alguns a reconsiderar os planos de estudar fora.
Apesar das dificuldades, alguns estudantes, como Ana Clara, ainda tentam continuar seus estudos, mas se veem sobrecarregados pela carga financeira e pela falta de estabilidade. Embora o ensino nas universidades argentinas continue sendo altamente reconhecido, especialmente na área da saúde, muitos acreditam que, com a atual situação, estudar na Argentina não compensa mais para a maioria dos brasileiros. Muitos agora veem o retorno ao Brasil como a opção mais viável, com a esperança de recomeçar seus cursos nas universidades nacionais.