A Coreia do Sul enfrenta uma grave crise demográfica, com 20% da sua população, ou seja, 10,24 milhões de pessoas, com 65 anos ou mais, de acordo com dados recentes. O país se tornou uma sociedade super envelhecida, um estágio caracterizado por uma população com mais de 20% de idosos, conforme a classificação da ONU. Esse fenômeno ocorre em um contexto de queda acentuada na taxa de natalidade, que atingiu um recorde mundial de 0,72 em 2023, muito abaixo da taxa de reposição populacional necessária de 2,1 crianças por mulher.
Além do envelhecimento rápido, a Coreia do Sul enfrenta desafios adicionais relacionados ao baixo número de nascimentos. A falta de imigração em massa, ao contrário de países europeus que têm contado com esse recurso para compensar a queda da população ativa, agrava ainda mais o problema. Estima-se que o impacto do envelhecimento seja ainda mais pronunciado entre as mulheres, com 22% delas com 65 anos ou mais, em comparação com 18% entre os homens. Isso tem gerado preocupações sobre o futuro econômico e social do país.
Apesar dos investimentos substanciais em políticas públicas, como a ampliação da licença paternidade e incentivos financeiros para aumentar a natalidade, os esforços não têm dado resultados significativos. Entre 2006 e 2022, o governo sul-coreano gastou mais de 200 bilhões de dólares tentando reverter a tendência, mas as causas estruturais e culturais, como a exigência das jornadas de trabalho, o alto custo de vida e as mudanças nas atitudes em relação ao casamento e à família, continuam sendo obstáculos difíceis de superar.