Bashar al-Assad, atual exilado, foi convocado de volta à Síria em 1994 após a morte inesperada de seu irmão mais velho, Bassel, que era preparado para suceder o pai, Hafez, no poder. Antes disso, Bashar vivia em Londres, onde se formou em Medicina e trabalhava como oftalmologista, sem interesses aparentes pela política. Com a morte de Bassel, seu pai, já com saúde debilitada, iniciou a preparação acelerada de Bashar para assumir a liderança do país. Após a morte de Hafez em 2000, Bashar assumiu a presidência da Síria em uma eleição única, inicialmente sendo visto como um possível reformista.
Durante os primeiros anos de seu governo, Bashar al-Assad fez algumas concessões, incluindo a liberação de prisioneiros políticos e uma aparente abertura no regime, período conhecido como a Primavera de Damasco. No entanto, em 2001, ele reverteu essas mudanças, retomando a repressão política e fortalecendo o culto à personalidade que seu pai havia consolidado. A política interna continuou marcada por um regime autoritário, e o conflito armado iniciado em 2011 com a repressão aos protestos contra seu governo se transformou em uma guerra civil devastadora, com consequências humanitárias imensas.
Após 13 anos de conflito, que resultaram em centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados, a dinastia Assad chegou ao fim em 2024, quando Bashar e sua esposa deixaram a Síria em direção a Moscou, após a chegada de forças opositoras à capital. O fim de seu regime marcou o término de mais de cinco décadas de domínio da família Assad na Síria, período que foi marcado por autoritarismo, repressão e uma série de crises internas e externas.