Há 50 anos, o autor se formava em Ciências Econômicas, em um Brasil ainda engatinhando em direção à modernização. Naquele período, o país vivia um cenário de enorme desigualdade, com uma comunicação precária, mobilidade limitada e um alto índice de analfabetismo. A sociedade se dividia entre os que podiam acessar bens e serviços e os que ficavam à margem. A tecnologia era rudimentar, com a televisão limitada a poucos, e a educação, concentrada nas poucas universidades de prestígio, era um privilégio restrito a uma elite. A mobilidade social era quase inexistente, e a grande maioria da população vivia em condições de extrema carência.
Apesar de todos os desafios, o Brasil, ao longo dessas cinco décadas, conseguiu avançar em alguns aspectos, mesmo com crises econômicas, regimes políticos autoritários e uma série de tentativas frustradas de estabilização econômica. O autor destaca o Plano Real como um marco importante, que foi o ponto de virada após várias tentativas de combater a hiperinflação. Embora o país tenha avançado, o texto faz uma reflexão crítica sobre os paradoxos atuais, com uma economia ainda fragilizada, altos índices de desemprego e dificuldades no setor educacional. A comparação com outras nações emergentes revela que o Brasil ainda enfrenta grandes desafios, especialmente no que diz respeito à desigualdade social.
O autor conclui com uma reflexão sobre o futuro do Brasil, ressaltando que, embora o país tenha evoluído significativamente, ainda há muito a ser feito para garantir que todos os cidadãos alcancem um padrão de vida digno. A chave para essa transformação, segundo o texto, está na competência e visão de estadistas, que devem focar em políticas de longo prazo, visando o bem-estar da população. Em sua análise, o Brasil está em uma jornada de transformação, onde a mudança gradual e consistente é fundamental. O autor também cita a frase de Zeca Pagodinho, ilustrando a ideia de que, apesar dos problemas, o país caminha para um futuro melhor, com a expectativa de que, um dia, a frase que defina a realidade será “tá bom”.