Neste 13 de dezembro de 2024, completam-se 40 anos da morte de Conceição dos Bugres, uma das figuras mais significativas da arte popular brasileira e sul-mato-grossense. Nascida em 1914 no Rio Grande do Sul, Conceição transformou a madeira em obras de arte que simbolizam a identidade e a resistência cultural do povo de Mato Grosso do Sul. Suas esculturas, conhecidas como “bugres”, são inspiradas em figuras humanas e retratam o misticismo e a simplicidade de sua visão artística.
A história de Conceição dos Bugres é marcada por um início simples e modesto, mas com grande relevância no cenário artístico. Sua carreira foi impulsionada por apoiadores importantes, como Humberto Espíndola e Aline Figueiredo, que organizaram suas primeiras exposições nos anos 70. Ao longo de sua vida, Conceição conquistou reconhecimento, mas viveu de forma humilde até sua morte em 1984. Seu trabalho, no entanto, continuou a influenciar a arte popular até hoje, especialmente através de seu neto, Mariano Antunes Cabral Silva.
Mariano, que desde criança aprendeu a arte de esculpir ao lado da avó, é o responsável por manter viva a tradição dos bugres. Hoje, aos 58 anos, ele é o único a continuar esse legado, criando e vendendo suas esculturas, além de ministrar oficinas para difundir o ofício. Para Mariano, a arte de esculpir não é apenas uma profissão, mas uma forma de conectar-se com a memória e o espírito de sua avó, perpetuando a força e a resistência da arte popular que ela criou.