O ano de 2024 trouxe um cenário fiscal instável e mudanças significativas para os assessores de investimentos no Brasil. Com a Selic em alta e a volatilidade cambial, os profissionais do mercado financeiro tiveram que adaptar suas estratégias para acompanhar a migração de recursos para a renda fixa, especialmente os títulos atrelados ao CDI, que dominaram as alocações dos investidores. A renda variável perdeu espaço devido ao aumento da aversão ao risco, impulsionado pela queda do Ibovespa e pela incerteza fiscal no país.
Além dos desafios econômicos, o ano foi marcado por questões jurídicas e regulatórias que impactaram diretamente a atuação dos assessores. O número de recuperações judiciais aumentou consideravelmente, exigindo um acompanhamento mais detalhado das empresas em dificuldades financeiras. Ao mesmo tempo, a nova resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) trouxe maior transparência, obrigando os profissionais a divulgarem suas remunerações e potenciais conflitos de interesse, o que visou reforçar a confiança dos investidores no processo de tomada de decisão.
Outro ponto importante foi a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que abriu caminho para que os assessores de investimentos possam ser enquadrados no Simples Nacional, permitindo a formalização de uma categoria profissional com benefícios fiscais. O reconhecimento das melhores práticas do mercado, com premiações como o Brazil Advisor Awards, também contribuiu para valorizar os destaques do setor. O cenário de 2024, portanto, refletiu uma combinação de desafios econômicos, transformações regulatórias e avanços no reconhecimento do papel dos assessores de investimentos.