O projeto Xadrez Quilombola, desenvolvido pelo Colégio Estadual Júlio César Teodoro, em Flores de Goiás, foi anunciado como finalista da segunda edição do Prêmio Professor Porvir, que reconhece práticas inovadoras na educação. A iniciativa substitui peças tradicionais do xadrez por figuras representativas da cultura quilombola, como Ganga Zumba e Dandara, valorizando as raízes afro-brasileiras e promovendo o protagonismo local. As peças, confeccionadas por costureiras da região e dispostas em um tabuleiro artesanal, destacam o uso de materiais recicláveis e orgânicos.
A proposta, idealizada pelos professores Gisele Andrade e Luiz Carlos Silva Junior, surgiu da intenção de resgatar tradições quilombolas e integrar os alunos no processo de criação. Luiz Carlos explica que sua experiência em comunidades de difícil acesso, por meio do programa GoiásTec, foi crucial para o desenvolvimento do projeto. Já Gisele, que cresceu na comunidade quilombola Canabrava, reforça o compromisso com a valorização das conquistas e riquezas culturais de sua ancestralidade, transformando o jogo em uma ferramenta de resistência cultural e social.
O Prêmio Professor Porvir celebra iniciativas educacionais que promovem mudanças sociais e fortalecem a educação antirracista, reconhecendo práticas que incentivam a equidade. A cerimônia de premiação está marcada para abril de 2025, em São Paulo, e destaca projetos que transformam a sala de aula em um espaço de inclusão e inspiração para alunos e professores.