O economista Tony Volpon analisou, em comentário recente, o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo, destacando um dos pontos mais controversos: a proposta de restringir a criação ou prorrogação de benefícios tributários em caso de déficit primário. Volpon considerou a medida positiva em princípio, já que evitaria a aprovação de cortes de impostos em um momento de dificuldades fiscais, mas levantou dúvidas sobre a sua viabilidade prática, dada a possibilidade de déficit nos próximos anos e a pressão de lobbies no Congresso.
O analista também criticou o arcabouço fiscal proposto, argumentando que ele não é sustentável sem uma abordagem mais equilibrada que considere tanto as receitas quanto as despesas do governo. Segundo Volpon, o modelo atual carece de uma visão mais integrada do gasto público, o que comprometeria a eficácia do sistema fiscal a longo prazo. Ele afirmou que, sem uma harmonização completa das despesas, o novo pacote não será capaz de gerar os resultados desejados.
Além disso, Volpon alertou para o risco de um padrão recorrente no governo, onde medidas fiscais são apresentadas sem um planejamento orçamentário mais robusto. Esse descompasso, na visão do economista, pode minar a credibilidade das políticas fiscais e dificultar a implementação de reformas necessárias para a sustentabilidade fiscal do país. A crítica se concentrou na falta de ações mais abrangentes e estruturadas que lidem de forma eficaz com o desequilíbrio fiscal.