A vitória de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos traz perspectivas de mudanças econômicas globais significativas, especialmente se ele implementar suas promessas de aumentar tarifas comerciais e desregulamentação. Tais políticas poderiam elevar a inflação americana e pressionar o Federal Reserve a manter uma política monetária mais rígida, afetando as finanças governamentais e o crescimento econômico em diversos países, principalmente entre os parceiros comerciais dos EUA e aliados da OTAN. As empresas tendem a repassar os custos das tarifas ao consumidor, o que aumenta ainda mais os riscos inflacionários e eleva a necessidade de ajuste nos juros.
Para os mercados emergentes, especialmente aqueles com dívidas em dólares, a expectativa de juros altos nos EUA e a valorização do dólar representam uma ameaça direta. Com a possibilidade de tarifas elevadas sobre a China, o cenário global pode se agravar, levando o país asiático a buscar novos parceiros para seus produtos, possivelmente desestabilizando o comércio europeu. O México surge como uma economia particularmente vulnerável, devido à retórica de Trump sobre barreiras comerciais e fronteiras, o que poderia intensificar os desafios econômicos internos do país.
Por outro lado, o Brasil poderá se beneficiar do aumento da demanda chinesa por soja, caso o país asiático reduza suas importações dos EUA. Já a Europa, que enfrenta uma carga fiscal elevada, poderá sofrer pressões adicionais, especialmente em relação aos custos de defesa, caso os EUA reduzam o apoio à OTAN. Com propostas de desregulamentação de Trump, há dúvidas sobre a continuidade de acordos internacionais como o Basileia 3, que visa tornar o sistema bancário global mais resiliente.