A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos gerou repercussões significativas no mercado financeiro global, impactando moedas e bolsas ao redor do mundo. Seu plano de governo, com foco em aumentar tarifas de importação e reduzir impostos, contribuiu para o fortalecimento do dólar, que registrou valorização em relação a várias moedas, como o euro e a libra, além das moedas de economias emergentes. Entretanto, o Brasil foi uma exceção: contrariando a tendência global, o real se valorizou frente ao dólar, mesmo após uma breve alta no início do dia.
No mercado brasileiro, a surpreendente queda do dólar pode ser explicada por fatores internos, especialmente em meio a expectativas sobre futuras medidas fiscais do governo. O economista Marcelo Kfoury Moinhos, da FGV, destaca que o fortalecimento do real está ligado às esperanças em relação ao pacote de corte de gastos, previsto para ser anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Caso essas medidas sejam frustrantes, especialistas indicam que o real poderá retomar a tendência de desvalorização.
Além das moedas, as bolsas de valores também refletiram o impacto da agenda econômica de Trump. As bolsas americanas fecharam em alta, enquanto as europeias registraram quedas. No Brasil, a bolsa caiu ligeiramente. A possível intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China, principal parceiro comercial brasileiro, também é uma preocupação, pois uma desaceleração chinesa poderia afetar negativamente a exportação de commodities brasileiras, comprometendo a balança comercial do país.