Em 2023, o estado do Rio de Janeiro registrou 87.626 casos de violência contra mulheres pelo sistema 190, operado pela Polícia Militar, com uma média de 10 vítimas por hora. Municípios da Baixada Fluminense, como Japeri, Queimados e Belford Roxo, concentraram os maiores índices de chamadas relacionadas a esse tipo de crime. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam um aumento de 18% nas ocorrências, além de um crescimento significativo em denúncias de assédio sexual (44%) e descumprimento de medidas protetivas (118%), evidenciando maior engajamento das vítimas na busca por ajuda.
Como parte das estratégias para enfrentar o problema, o governo estadual ampliou ações intersetoriais e promoveu estudos orientados por dados para fundamentar políticas públicas de proteção e empoderamento feminino. A Patrulha Maria da Penha, criada em 2019, tem desempenhado um papel crucial nesse contexto, com mais de 325 mil atendimentos realizados e 705 agressores detidos. As iniciativas incluem ainda a criação de espaços seguros, como as Salas Lilás, que oferecem suporte especializado, e ferramentas tecnológicas, como o aplicativo Rede Mulher e o Protocolo Lilás, para agilizar o atendimento às vítimas.
Especialistas avaliam que o aumento das denúncias reflete a confiança crescente da população nas políticas de segurança e no trabalho das autoridades. Contudo, os números indicam também a necessidade de intensificar medidas preventivas e de acolhimento, garantindo não apenas a punição dos agressores, mas também a proteção efetiva das mulheres em situação de vulnerabilidade.
