No vilarejo de Maragogipinho, no Recôncavo Baiano, a arte de moldar o barro é o sustento para 80% dos seus quase 3 mil moradores. Reconhecida como o maior polo de cerâmica da América Latina pela Unesco, a comunidade mantém viva uma tradição de mais de 300 anos, produzindo potes, objetos religiosos e peças decorativas que encantam visitantes e mantêm sua herança cultural. A atividade artesanal, transmitida de geração em geração, representa mais do que uma forma de trabalho: é um elo com as raízes indígenas e um símbolo de resistência cultural.
Entre os destaques da tradição local está o trabalho de mestres como Dadá, de 93 anos, que segue moldando o barro nos fundos de sua casa, enquanto ensina suas técnicas para familiares e aprendizes interessados. A arte cerâmica, que inspira criatividade e experimentação, proporciona uma vivência única para quem visita o vilarejo. Durante o festival dedicado à cerâmica, os turistas têm a oportunidade de acompanhar o processo produtivo, aprender com os ceramistas e moldar suas próprias peças, experimentando a magia dessa prática ancestral.
O evento também tem impacto cultural e educacional significativo, especialmente para crianças e jovens. Escolas organizam visitas ao vilarejo, onde os estudantes podem aprender diretamente com os mestres da cerâmica, vivenciando a conexão entre passado e presente. A experiência desperta o interesse pelas tradições e a importância de preservá-las. Para muitos, como relatam crianças participantes, é uma oportunidade inesquecível de criar algo único e compreender o valor dessa arte que atravessa gerações.