Cientistas redescobriram o Haplosyllis anthogorgicola, um verme marinho que estava desaparecido desde 1956, utilizando imagens de cavalos-marinhos pigmeus coletadas por mergulhadores. Esse verme, de tamanho microscópico e quase transparente, vive em colônias de corais gorgônias entre o Japão e a Austrália. A redescoberta aconteceu quando a pesquisadora Chloé Fourreau e sua equipe analisaram fotos tiradas de cavalos-marinhos em ambientes marinhos, nas quais os vermes eram visíveis, revelando mais sobre seu comportamento e distribuição. A descoberta foi possibilitada por uma combinação de observação cuidadosa e o uso de plataformas como o iNaturalist, onde mergulhadores compartilham imagens da biodiversidade.
O estudo revelou que os vermes, que podem viver em densidades altíssimas dentro dos corais, têm uma relação complexa com o ambiente marinho. As imagens de cavalos-marinhos, muitas das quais mostravam os vermes saindo das tocas nos corais, permitiram aos cientistas expandir o conhecimento sobre a distribuição do Haplosyllis anthogorgicola, sugerindo que ele habita uma área muito maior do que se pensava, incluindo regiões como a Indonésia, Filipinas e Papua Nova Guiné. Além disso, foi constatado que esses vermes não se limitam a um único tipo de coral, como se acreditava anteriormente, mas ocupam diferentes espécies do gênero Anthogorgia.
Essa descoberta também lança luz sobre o papel ecológico desses vermes nos ecossistemas marinhos. Embora ainda haja muitas perguntas sem resposta, como a interação exata entre os vermes e os corais que habitam, a pesquisa sugere que os vermes podem atuar como “limpadores” de corais, além de possivelmente se alimentar dos pólipos desses organismos. As imagens também destacam a dependência dos vermes em suas tocas, sugerindo que passam a maior parte do tempo em um estado de espera, reagindo a estímulos do ambiente para se alimentar ou interagir com outros organismos.