Em algumas câmaras municipais do Rio Grande do Sul, vereadores que não foram reeleitos estão recebendo apoio financeiro para participar de seminários e cursos de capacitação, mesmo a poucos meses do fim de seus mandatos. A formação inclui temas como gestão pública e fiscalização, e as despesas são cobertas pelas prefeituras locais, com valores que variam entre R$ 1.000 e R$ 2.500. No entanto, o pagamento dessas diárias e custos de transporte tem gerado controvérsia, uma vez que os vereadores não continuarão em seus cargos a partir de 2025.
O Ministério Público do Estado (MP-RS) anunciou que investigará a situação, apontando a possibilidade de desvio de recursos públicos, já que os recursos públicos devem ser utilizados em benefício da comunidade, e não para interesses pessoais. Questionados sobre a relevância desses cursos após a não reeleição, alguns vereadores argumentaram que a capacitação era um direito legítimo, enquanto outros defenderam que as atividades ajudariam na continuidade de sua atuação em outras funções públicas ou comunitárias.
As câmaras municipais envolvidas afirmam que os cursos são importantes para a formação dos políticos e sua capacidade de análise de temas como orçamento público, embora a legalidade do uso dos recursos públicos nesse contexto esteja sendo questionada. Algumas câmaras, como a de Arroio Grande, disseram que, caso seja identificada qualquer irregularidade, os vereadores terão que devolver o dinheiro. A questão continua sendo investigada pelo MP, e as câmaras que não se manifestaram ainda aguardam o desfecho da apuração.