Pelo menos 10 pessoas detidas durante os protestos contra a eleição presidencial de julho na Venezuela foram libertadas, conforme informou o Foro Penal, uma organização local de direitos humanos. As liberdades ocorreram no início da manhã de sábado (16), com a maior parte dos prisioneiros sendo liberados da prisão Yare III, enquanto outros continuavam detidos na prisão feminina Las Crisalidas. O grupo de direitos humanos prevê que o número de libertações aumente ao longo do dia.
Após a eleição de 28 de julho, que garantiu a reeleição de Nicolás Maduro, mais de 1.800 pessoas foram presas em meio a protestos que criticaram o processo eleitoral. A oposição e organizações de direitos humanos denunciaram a repressão a manifestantes e opositores do governo. Além disso, a ONU afirmou que o governo venezuelano cometeu crimes contra a humanidade durante a eleição. O Ministério Público venezuelano está revisando cerca de 225 casos de prisões, e o procurador-geral indicou que os protestos resultaram em 28 mortos e quase 200 feridos.
Alguns ativistas e familiares alegaram que muitas das pessoas presas não participaram dos protestos e foram vítimas de tortura durante a detenção. Em setembro, mais de 80 adolescentes haviam sido liberados após passarem pelo mesmo processo. A situação continua sendo monitorada de perto, com diversas organizações de direitos humanos questionando a legalidade e a brutalidade do tratamento dado aos manifestantes e opositores do governo.