O Ministério Público da Venezuela anunciou a revisão das medidas impostas a 225 pessoas presas durante os protestos que ocorreram após as eleições presidenciais de 28 de julho. Segundo o procurador-geral, Tarek William Saab, a iniciativa busca promover a paz, justiça e direitos humanos, com base em investigações que identificaram novos elementos probatórios. A decisão ocorre em meio a apelos do presidente Nicolás Maduro para a reavaliação de possíveis erros processuais em casos de detidos.
Durante os protestos, 28 pessoas morreram e quase 200 ficaram feridas, enquanto 500 propriedades foram depredadas. Movimentos sociais e organizações como o Foro Penal Venezolano apontam que, dos 1.976 detidos por razões políticas no país, 1.671 permanecem encarcerados, evidenciando a profundidade da crise política. As manifestações foram desencadeadas pela contestação dos resultados eleitorais, que declararam Maduro vencedor sem comprovação técnica, segundo os opositores.
A pressão internacional sobre a Venezuela cresce com relatos de violações de direitos humanos durante o período eleitoral. Enquanto o governo defende sua postura, buscando retratar os protestos como atos de desestabilização, familiares de presos pedem medidas cautelares e o arquivamento de casos. A revisão dos processos poderá representar uma tentativa de aliviar as tensões internas e atender às críticas de organizações internacionais.