A crise diplomática entre Brasil e Venezuela se intensificou após declarações do chanceler venezuelano, que acusou o governo brasileiro de promover uma “agressão descarada” contra o presidente do país. Em suas redes sociais, o ministro exortou o Itamaraty a se abster de se envolver em assuntos internos da Venezuela, sugerindo que tal postura poderia deteriorar ainda mais as relações entre os dois países. A Venezuela também criticou a resposta brasileira às manifestações de suas autoridades, destacando a necessidade de um tratamento respeitoso nas relações diplomáticas.
A tensão se agravou após a divulgação, por parte da Polícia Nacional Bolivariana, de uma imagem que mostrava a bandeira do Brasil e a silhueta do presidente brasileiro, acompanhada de uma mensagem ameaçadora. Embora a publicação tenha sido rapidamente removida, a resposta do governo brasileiro foi clara, repudiando o tom ofensivo e os ataques pessoais de autoridades venezuelanas. O Itamaraty enfatizou que essa postura não reflete a maneira respeitosa com que o Brasil se relaciona com a Venezuela e seu povo.
Este conflito diplomático ocorre em meio a um contexto mais amplo de tensões, especialmente após o veto do Brasil à entrada da Venezuela no Brics e as denúncias de fraude nas eleições venezuelanas em julho. O governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória do presidente venezuelano, contribuindo para um clima de desconfiança entre os dois países. A situação continua a ser monitorada, pois os desdobramentos poderão afetar não apenas as relações bilaterais, mas também a dinâmica regional.