Um estudo da Universidade Federal de Lavras (Ufla) aponta uma associação entre o uso excessivo de smartphones e transtornos como ansiedade, depressão, estresse e distúrbios alimentares. A pesquisa, coordenada pelo professor Eric Francelino Andrade, envolveu 781 estudantes de diversas instituições de ensino superior, e identificou uma relação mútua entre dependência do celular e maior propensão a sintomas ansiosos. Pessoas com alta dependência do celular apresentam também menor nível de atividade física, indicando um possível impacto negativo do uso prolongado do aparelho sobre o bem-estar físico.
A análise foi conduzida com base em dados coletados em 2023, onde os participantes responderam a questionários que incluíam critérios como o tempo de uso diário, perda de noção do tempo, e a necessidade de exposição crescente ao celular. Quem atingiu mais de 10 pontos em uma escala de até 26 foi considerado dependente do smartphone. O estudo observou que, além dos efeitos sobre a saúde mental, o uso constante do celular pode provocar sintomas físicos em alguns usuários, como palpitações e ansiedade, especialmente quando o aparelho não está próximo.
Além disso, a pesquisa relaciona o uso intenso do smartphone à insatisfação corporal e aos distúrbios alimentares. Para medir a percepção corporal, foi utilizada uma escala de silhuetas onde os participantes indicavam suas formas corporais percebidas e desejadas. As maiores diferenças entre as respostas foram associadas a uma insatisfação com o próprio corpo. Os resultados, segundo os pesquisadores, devem ser considerados por profissionais de saúde mental e nutricionistas, uma vez que o uso de celulares e redes sociais raramente é abordado em consultas, apesar do impacto significativo que essas tecnologias podem ter sobre a saúde mental e física dos indivíduos.