A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou um projeto de lei que visa o tombamento da Usina de Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, como patrimônio histórico. A usina foi utilizada para incinerar corpos de presos políticos durante a Ditadura Militar e, agora, o projeto aguarda a sanção do governador Cláudio Castro. A deputada Marina do MST (PT) e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), são os autores da proposta que visa proteger o local contra modificações que possam comprometer sua integridade histórica.
O tombamento é considerado um passo importante na preservação da memória histórica e na busca por justiça para as vítimas de graves violações de direitos humanos. A usina foi citada em depoimentos de investigações, como os realizados pela Comissão Nacional da Verdade, nos quais se relatou que corpos de desaparecidos políticos teriam sido incinerados no local. Entre os desaparecidos estariam figuras como Ana Rosa Kucinski e Fernando Santa Cruz, cujas histórias de vida se entrelaçam com o período repressivo da ditadura e a luta pelos direitos humanos no Brasil.
A preservação do Parque Industrial da Usina Cambahyba representa um esforço para assegurar o direito à memória e à verdade, temas de grande relevância para a história do país. A autora do projeto ressaltou que, além de proteger o local, a medida busca fortalecer a resistência e o reconhecimento das lutas históricas da população de Campos. O projeto reforça a importância de manter viva a lembrança desses eventos, como parte do compromisso com a reparação e o reconhecimento das injustiças cometidas.