As eleições presidenciais no Uruguai, mesmo em um contexto mundial de polarização extrema, têm sido marcadas por um diálogo político civilizado e um respeito pela democracia. Essa característica reflete o amadurecimento do sistema político uruguaio, sustentado por partidos fortes e por um legado histórico que valoriza a institucionalidade democrática. Durante as campanhas, embora as discussões sejam intensas, prevalece uma cultura de respeito entre adversários, algo raro na América Latina.
O chanceler uruguaio destacou dois fatores principais para essa estabilidade. Primeiro, o sistema de partidos consolidados, que canaliza debates políticos de maneira organizada e evita o protagonismo de outsiders ou a fragmentação vista em outros países da região. Segundo, as lições deixadas pela ditadura militar entre 1973 e 1984, que reforçaram o compromisso de todas as forças políticas com a preservação da democracia. Esse equilíbrio permite que todos os partidos, ao alternarem no poder, contribuam para a continuidade de um sistema que beneficia a todos.
Além disso, a sociedade uruguaia, caracterizada por sua proximidade social e espírito de diálogo, também desempenha um papel essencial. Embora esse modelo seja difícil de replicar em outros países devido às particularidades culturais e históricas, o Uruguai mantém sua posição como exemplo de estabilidade democrática na região. Apesar disso, o chanceler ressalta a importância de esforços conjuntos na América Latina para fortalecer a democracia, destacando os desafios enfrentados por países que deslizaram para regimes autoritários, como Venezuela e Nicarágua.