Os eleitores uruguaios se preparam para decidir o próximo presidente em um segundo turno disputado entre dois candidatos de centro: Yamandú Orsi, da Frente Ampla, e Álvaro Delgado, da coalizão governista. A diferença de votos entre eles é estimada em cerca de 25 mil, segundo as pesquisas mais recentes. Apesar da presença de um presidente popular e de indicadores econômicos em melhora, como inflação em queda e aumento no emprego, preocupações persistentes com o alto custo de vida, desigualdade e criminalidade continuam a moldar o cenário eleitoral.
O resultado do pleito pode ser influenciado pelos eleitores que optaram por candidatos menores no primeiro turno ou que se abstiveram. Entre os candidatos derrotados está Gustavo Salle, que alcançou 3% dos votos com uma pauta contrária ao sistema tradicional, vacinas e políticas de identidade de gênero. Apesar de não direcionar seus eleitores para um dos finalistas, Salle sugeriu que as políticas de Orsi, voltadas para a proteção dos trabalhadores e do meio ambiente, podem atrair mais apoio. Ainda assim, incentivou seus apoiadores a anularem seus votos no segundo turno.
A disputa reflete um equilíbrio no cenário político uruguaio, onde nenhum dos dois principais blocos políticos conseguiu maioria absoluta na Câmara Baixa, dificultando a aprovação de reformas mais ambiciosas. Contudo, a Frente Ampla conquistou a maioria no Senado, o que pode fortalecer a posição de Orsi, caso seja eleito. A ausência de promessas significativas e o impacto limitado do debate televisivo apontam para uma eleição decidida pelo voto dos indecisos e por questões práticas, como a busca de estabilidade em um contexto de desafios sociais e econômicos.