Os uruguaios votam neste domingo, 24, para o segundo turno da eleição presidencial em um cenário de polarização entre Álvaro Delgado, representante do Partido Nacional e da coalizão governista conservadora, e Yamandú Orsi, da Frente Ampla, uma aliança de esquerda e centro-esquerda. No primeiro turno, a Frente Ampla liderou com 44% dos votos, enquanto a coalizão governista somou 47% com o apoio de outros partidos conservadores, sugerindo uma disputa acirrada. O Congresso, dividido após a votação de outubro, reflete a intensa competitividade do pleito.
A campanha presidencial foi marcada por propostas divergentes sobre segurança e economia. Delgado defende uma linha dura contra o crime, incluindo a criação de uma prisão de segurança máxima, além de políticas pró-negócios e a continuidade do legado do atual governo. Orsi propõe uma abordagem comunitária para a segurança e incentivos fiscais para atrair investimentos, além de reformas moderadas na Previdência. Apesar da ausência de grandes embates ideológicos, a crescente desigualdade de renda e o aumento da criminalidade têm dominado os debates, com muitos eleitores ainda indecisos.
Independentemente do vencedor, analistas apontam que a governabilidade dependerá de negociações no Parlamento, dada a divisão política no país. A Frente Ampla traz consigo o legado progressista de governos anteriores, enquanto o Partido Nacional busca consolidar as conquistas econômicas recentes. Ambas as campanhas enfatizam o diálogo e prometeram uma transição pacífica a partir de segunda-feira, 25, reforçando a tradição democrática do Uruguai.