Os uruguaios votam neste domingo, 24 de novembro, no segundo turno da eleição presidencial, definindo entre a continuidade do governo de centro-direita liderado por Luis Lacalle Pou e a volta da esquerda com Yamandú Orsi, da Frente Ampla. Apesar de liderar as pesquisas, Orsi enfrenta Álvaro Delgado, do Partido Nacional, em uma disputa marcada pelo empate técnico, segundo analistas. Ambos os candidatos têm planos semelhantes para impulsionar o crescimento econômico e combater o déficit fiscal, mas divergem em questões comerciais, com Orsi priorizando o Mercosul e Delgado defendendo maior abertura global.
Orsi tenta recuperar a presidência para a Frente Ampla após uma derrota histórica em 2019, contando com o apoio estratégico do ex-presidente José Mujica. Delgado, por sua vez, representa a continuidade do governo atual, valorizado por muitos eleitores pela gestão da economia e segurança. A campanha foi intensa, com promessas de não aumentar impostos e compromissos para enfrentar a criminalidade, a maior preocupação da população. A votação reflete um país dividido, onde o resultado deve ser decidido por uma margem estreita, como ocorreu em 2019.
Independentemente do vencedor, a transição deve ocorrer de forma pacífica, embora nenhum dos dois blocos tenha maioria parlamentar. Isso exigirá negociações para governar, dado o equilíbrio de forças no Congresso. Analistas não esperam rupturas significativas na economia, mas o próximo presidente enfrentará o desafio de revitalizar o crescimento e reduzir o impacto da seca e da pandemia, enquanto busca atender às demandas de uma população ansiosa por estabilidade e segurança.