A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enfrenta cortes de energia em alguns de seus prédios após tentativas infrutíferas de acordo com a Light, empresa fornecedora de energia elétrica, que interrompeu o fornecimento em diversas unidades da universidade. O corte afeta ao menos 15 imóveis, incluindo áreas essenciais como o Museu Nacional, que está em fase de reconstrução após um incêndio em 2018. Além do risco para o acervo, o corte ameaça a conservação de coleções científicas e aumenta a possibilidade de danos irreparáveis, como incêndios.
A dívida total da UFRJ com a Light soma R$ 31,8 milhões, referente a faturas não pagas desde março. Apesar de a universidade ter tentado negociar a dívida, inclusive solicitando suplementação orçamentária ao Ministério da Educação (MEC), a empresa recorreu ao Judiciário e obteve o direito de suspender o fornecimento. A UFRJ afirma que sempre buscou cumprir seus compromissos, mas enfrenta severas restrições orçamentárias que dificultam a regularização da pendência.
O MEC, por sua vez, se comprometeu a tentar mitigar as dificuldades financeiras das universidades federais, mas destaca que a gestão orçamentária é responsabilidade das próprias instituições, conforme a autonomia garantida pela Constituição. Para o ano de 2024, a UFRJ dispõe de R$ 430,5 milhões em recursos, excluindo despesas com pessoal, mas a situação crítica revela a fragilidade orçamentária enfrentada pelas universidades públicas no Brasil.