A Universidade de Yale, localizada no estado de Connecticut, oferecerá no próximo ano um curso focado no engajamento político e social de Beyoncé. Intitulado “Beyoncé Makes History: Black Radical Tradition, Culture, Theory & Politics Through Music”, o curso será ministrado por Daphne Brooks, professora do departamento de estudos afroamericanos da universidade. O objetivo é usar a música da cantora como ferramenta para explorar a tradição radical negra, conectando sua obra com a obra de intelectuais como Frederick Douglass e Toni Morrison, além de analisar o impacto político e cultural de sua produção musical a partir de 2013.
Brooks, que já havia desenvolvido um curso similar na Universidade de Princeton sobre mulheres negras na música, explicou que o novo projeto buscará analisar como a música de Beyoncé se tornou uma plataforma para discutir questões políticas e sociais nos Estados Unidos. O curso se concentrará especialmente no período pós-2013, a partir do álbum Beyoncé, e irá explorar como suas músicas, como “Flawless”, se entrelaçam com o feminismo negro e a luta pela libertação. A professora ressalta ainda que Beyoncé usa sua voz e sua estética de performance para questionar e refletir sobre temas como a história e a política da cultura negra.
Entre os aspectos destacados no curso, está a forma como Beyoncé se apropria de referências históricas e culturais de mulheres negras pioneiras, como Josephine Baker, Diana Ross e Betty Davis. A professora Daphne Brooks enfatiza a relevância de Beyoncé ao ser uma das primeiras artistas pop a incluir trechos de intelectuais negras, como Chimamanda Ngozi Adichie, em suas músicas, criando uma conexão única entre o entretenimento e discussões críticas sobre a sociedade. O curso visa aprofundar a compreensão do legado de Beyoncé enquanto um ícone cultural e político.