A Unicamp aprovou uma alteração no programa formativo para estudantes indígenas, estabelecendo um ano adicional, a ser implementado a partir de 2025, com o objetivo de reduzir as taxas de desistência entre esses alunos. Essa mudança permitirá que, caso sejam reprovados em alguma disciplina formativa por nota, os estudantes possam refazê-la no ano seguinte, mantendo a vaga na graduação. O novo modelo substitui a proposta original, que previa o desligamento em casos de reprovação ou desistência, tornando o processo mais inclusivo e ajustado às necessidades dos estudantes indígenas.
O programa, intitulado Programa Formativo Intercultural para Ingressantes pelo Vestibular Indígena (ProFIIVI), engloba um conjunto de disciplinas gerais e específicas, cuja aprovação é requisito para o ingresso nos cursos de graduação. Segundo a professora Artionka Capiberibe, do Departamento de Antropologia, a medida surgiu após análises que evidenciaram a necessidade de um processo formativo menos rígido e mais acessível, levando em conta os desafios enfrentados por esses alunos ao longo do percurso formativo. Para garantir a continuidade no programa, os alunos precisam obter aprovação em pelo menos uma disciplina formativa, conforme previsto pelo regimento da graduação da Unicamp.
Além das disciplinas obrigatórias, o ProFIIVI contará com um acompanhamento acadêmico individualizado, oferecido por uma comissão de graduação, que apoiará os estudantes indígenas durante o percurso. Os currículos abrangem áreas diversas, como ciências biológicas, exatas, humanas, e artes, visando oferecer uma formação ampla e adequada às demandas acadêmicas. Desde 2019, a Unicamp recebeu mais de 500 estudantes indígenas, mas apenas cinco se formaram, evidenciando a importância de uma estrutura que auxilie na superação das dificuldades educacionais desses alunos.