O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, anunciou que irá propor a suspensão do diálogo político com Israel devido a preocupações sobre violações de direitos humanos e do direito internacional durante o conflito em Gaza. A proposta será discutida em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores dos 27 países-membros da União Europeia, prevista para segunda-feira (18). Para ser implementada, a medida precisaria de aprovação unânime, algo considerado improvável.
Na mesma semana, a organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório em que equipara o deslocamento forçado de civis palestinos em Gaza a crimes contra a humanidade. Além disso, um comitê especial da ONU indicou indícios de genocídio em curso na região. As críticas se concentram no cerco israelense à Faixa de Gaza, que impede o envio de ajuda humanitária e resulta em altos números de mortos e feridos, especialmente entre a população civil. Israel, por sua vez, nega as acusações, afirmando que sua ação visa desmantelar o grupo Hamas, e não atacar a população civil.
O conflito entre Israel e Gaza, iniciado após um ataque do Hamas em outubro de 2023, já resultou em grandes perdas humanas e deslocamento em massa. Segundo a ONU, mais de 1,9 milhão de pessoas, dos 2,4 milhões de habitantes da região, foram forçadas a deixar suas casas devido aos combates. O impacto humanitário é cada vez mais grave, com a comunidade internacional alertando sobre a iminente crise alimentar e humanitária no norte de Gaza, enquanto a guerra continua a se intensificar.