O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, anunciou que proporá a suspensão do diálogo político com Israel, em razão das preocupações com as violações de direitos humanos e do direito internacional no contexto do conflito em Gaza. A proposta será discutida na próxima reunião dos ministros de Relações Exteriores dos 27 países-membros da UE, marcada para segunda-feira (18), e necessita de aprovação unânime para ser implementada, algo considerado improvável.
No mesmo dia, a organização Human Rights Watch (HRW) emitiu um relatório no qual equipara o deslocamento forçado de civis em Gaza a crimes contra a humanidade. O comitê especial das Nações Unidas também expressou preocupações sobre indícios de genocídio na região, citando o cerco israelense, o bloqueio de ajuda humanitária e ataques a civis. Embora Israel tenha negado essas acusações, a ONU já havia alertado para o risco iminente de fome no norte da Faixa de Gaza.
A guerra em Gaza, que teve início com o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, resultou em um número significativo de vítimas, com mais de 43 mil mortos na região. De acordo com dados da ONU, cerca de 1,9 milhão de palestinos, de uma população total de 2,4 milhões em Gaza, foram deslocados pelo conflito, com muitos forçados a migrar várias vezes em busca de segurança. A situação humanitária continua a se deteriorar, com a comunidade internacional observando as consequências do prolongamento do conflito.